(Imagem: Um desenho transversal do planeta Terra mostrando o “Mundo Interior” de Atvatabar, do romance de ficção científica de William R. Bradshaw de 1892, A Deusa de Atvatabar ) Por C. Durand Chapman – The Goddess of Atvatabar (1892), Domínio público, Hiperligação
A Cabala, também conhecida como tradição judaica mística, é rica em simbolismo e ensinamentos ocultos. Dentro desse sistema de crenças, existe uma referência intrigante a civilizações subterrâneas habitadas por seres míticos e espirituais. Neste post, exploraremos as referências a essas civilizações subterrâneas na Cabala, examinando suas características, propósitos e os mistérios que envolvem essas dimensões ocultas e enigmáticas.
A Dimensão Subterrânea na Cabala
Na Cabala, a dimensão subterrânea é considerada um domínio oculto que existe além do nosso plano físico. Essas civilizações subterrâneas são descritas como locais habitados por seres espirituais, como anjos, demônios e outros seres místicos. Essas entidades são frequentemente associadas a poderes espirituais, conhecimentos secretos e mistérios ocultos.
A tradição cabalística descreve vários reinos subterrâneos que podem ser alcançados através de técnicas místicas e meditativas. Essas dimensões ocultas são vistas como portais para a sabedoria divina e a conexão com o divino. Embora os detalhes específicos desses reinos variem nas diferentes tradições cabalísticas, o tema geral é a existência de civilizações subterrâneas místicas que transcendem nossa realidade física.
O Reino de Shambhala
Uma das referências mais conhecidas a uma civilização subterrânea na Cabala é o reino de Shambhala. Embora seja mais conhecido nas tradições budistas, Shambhala também é mencionado na Cabala como um local místico situado em algum lugar abaixo da superfície da Terra. Acredita-se que Shambhala seja uma terra sagrada, governada por seres espirituais de elevada sabedoria e iluminação.
De acordo com as tradições cabalísticas, Shambhala é um reino de paz, harmonia e conhecimento espiritual avançado. É considerado um lugar onde a humanidade pode encontrar orientação espiritual e ascensão. No entanto, a entrada para Shambhala é considerada difícil de ser encontrada e acessada, sendo acessível apenas para aqueles que são dignos e estão preparados espiritualmente.
Os Nefilim e a Civilização Subterrânea
Outra referência intrigante às civilizações subterrâneas na Cabala está relacionada aos Nefilim, mencionados no Antigo Testamento da Bíblia. Os Nefilim são descritos como seres sobrenaturais que surgiram da união entre os filhos de Deus e as filhas dos homens. Eles são frequentemente associados a uma raça de gigantes que habitou a Terra em tempos remotos.
De acordo com a tradição cabalística, os Nefilim não foram completamente exterminados durante o Dilúvio descrito na Bíblia. Em vez disso, eles teriam se refugiado em cavernas e cidades subterrâneas, onde teriam estabelecido civilizações secretas. Essas civilizações subterrâneas dos Nefilim são vistas como reinos ocultos que guardam conhecimentos esotéricos e segredos antigos.
Embora as referências específicas às civilizações subterrâneas dos Nefilim sejam escassas na Cabala, algumas interpretações e tradições orais sugerem que essas entidades ainda existem em dimensões ocultas e estão envolvidas em interações sutis com a humanidade.
As Dimensões Ocultas e a Busca Espiritual
Dentro da tradição cabalística, as civilizações subterrâneas são consideradas locais de poder espiritual e conhecimento transcendental. A busca por essas dimensões ocultas faz parte da jornada espiritual cabalística, na qual os praticantes procuram se conectar com planos superiores de existência e alcançar a iluminação espiritual.
A prática cabalística inclui meditação, visualização e rituais que visam abrir portais para essas dimensões ocultas e estabelecer contato com os seres espirituais que as habitam. Acredita-se que essas práticas místicas permitam ao indivíduo obter insights e conhecimentos profundos, além de auxiliar na sua evolução espiritual.
Interpretações e Controvérsias
É importante ressaltar que a interpretação das referências às civilizações subterrâneas na Cabala é altamente especulativa e varia entre diferentes tradições e estudiosos. Algumas interpretações veem essas referências como metáforas para estados de consciência elevados, enquanto outras acreditam em sua existência literal como planos de existência além do nosso mundo físico.
Ainda assim, é necessário um senso crítico e ceticismo ao abordar esses conceitos, uma vez que não há evidências científicas que comprovem a existência das civilizações subterrâneas mencionadas na Cabala. A dimensão espiritual e mística da tradição cabalística pode ser interpretada de diferentes maneiras, e as civilizações subterrâneas são apenas um aspecto de um sistema de crenças complexo e simbólico.
Reinos Subterrâneos nas Tradições Hindus, Tomara de Dan e a Mitologia Suméria
Além das referências às civilizações subterrâneas na Cabala, outras tradições antigas e mitologias também mencionam a existência de reinos ocultos abaixo da superfície da Terra. Vamos explorar algumas dessas referências e as características desses reinos subterrâneos em diferentes culturas.
Os Reinos Subterrâneos na Tradição Hindu
Na mitologia hindu, existem várias referências a reinos subterrâneos habitados por seres divinos e entidades sobrenaturais. Um exemplo notável é Patala, o reino inferior, descrito como uma dimensão subterrânea repleta de tesouros e seres míticos. Patala é governada pelo poderoso demônio Vasuki e abriga várias raças de Nagas, serpentes divinas.
Outro reino subterrâneo mencionado na tradição hindu é Bhogavati, lar do demônio Vala. Bhogavati é descrito como uma cidade subterrânea próspera, rica em ouro e pedras preciosas. Esses reinos subterrâneos são frequentemente retratados como locais místicos, cheios de esplendor e poder, mas também como moradas de seres demoníacos e divindades negativas.
A Tomara de Dan e os Reinos Subterrâneos na Irlanda
A tradição celta irlandesa também menciona a existência de reinos subterrâneos, conhecidos como a Tomara de Dan. De acordo com a mitologia irlandesa, esses reinos eram habitados pelos Tuatha Dé Danann, uma raça de deuses antigos. Acredita-se que a Tomara de Dan seja uma dimensão subterrânea acessível por cavernas e poços sagrados.
A Tomara de Dan é descrita como um lugar de beleza e magia, onde os deuses celtas governavam e preservavam suas tradições. Esses reinos subterrâneos eram considerados sagrados e serviam como centros de sabedoria e conhecimento. Segundo a lenda, os Tuatha Dé Danann retiraram-se para a Tomara de Dan após serem derrotados pelos Milesianos, dando origem à tradição de uma civilização subterrânea oculta.
Os Animais Sumérios e os Reinos Subterrâneos
A mitologia suméria, uma das mais antigas do mundo, também faz referências a reinos subterrâneos e a seres míticos que os habitam. Uma figura importante nesse contexto é Enkidu, um herói semidivino da epopeia de Gilgamesh. Enkidu é descrito como tendo sido criado pelos deuses a partir da argila e da saliva do deus Anu. Ele é considerado um ser selvagem, tendo vivido inicialmente entre animais nas montanhas e nas cavernas.
Enkidu é retratado como uma figura que representa a ligação entre a natureza e a civilização. Sua história sugere que a conexão com os reinos subterrâneos e com a vida selvagem pode conter sabedoria e conhecimentos ocultos. Essa ligação entre animais e reinos subterrâneos é uma característica comum em várias mitologias antigas, sugerindo uma visão de que a natureza e as dimensões ocultas estão intrinsecamente interligadas.
Tradição e Mitologia
As referências a reinos subterrâneos em diferentes tradições e mitologias revelam uma crença comum na existência de dimensões ocultas além da nossa realidade física. Através dessas histórias e mitos, as civilizações subterrâneas são retratadas como lugares místicos, habitados por seres divinos, serpentes, deuses antigos e animais sagrados.
Embora essas narrativas mitológicas não possam ser comprovadas cientificamente, elas fornecem insights sobre a maneira como nossos ancestrais imaginavam e interpretavam o mundo. Essas histórias serviam para transmitir ensinamentos morais, expressar as relações entre os seres humanos e o divino, e explorar os mistérios do cosmos.
As civilizações subterrâneas nas tradições hindus, na Tomara de Dan da Irlanda e na mitologia suméria nos convidam a considerar a existência de outras dimensões e reinos ocultos além do nosso mundo conhecido. Embora a compreensão racional desses conceitos possa ser desafiadora, essas histórias e mitos continuam a fascinar e a inspirar a imaginação humana, abrindo possibilidades para a exploração dos segredos ocultos que podem residir nas profundezas da Terra.
Crença Judaica
As referências às civilizações subterrâneas na Cabala são apenas uma pequena parte do rico e complexo sistema de crenças e ensinamentos dessa tradição mística judaica. Embora essas civilizações subterrâneas sejam envoltas em mistério e especulação, é importante lembrar que a Cabala também aborda outros aspectos da espiritualidade e do desenvolvimento humano.
A dimensão subterrânea nas tradições cabalísticas pode ser vista como uma metáfora para a busca espiritual, a transcendência e a conexão com planos superiores de existência. Independentemente de sua interpretação, a Cabala oferece um profundo sistema filosófico e espiritual que continua a fascinar e inspirar aqueles que se aventuram em seus ensinamentos.
