Chimpanzé resgatada de cativeiro vê o céu pela primeira vez em vídeo emocionante

(Vanilla contempla o céu azul pela primeira vez. Imagem cortesia de Save The Chimps.)

Na possivelmente mais tocante e reconfortante história da semana, Vanilla, a chimpanzé, viu o céu pela primeira vez em 29 anos. Vanilla é uma fêmea de chimpanzé de 29 anos que viveu até os dois anos de idade no Laboratório de Medicina Experimental e Cirurgia em Primatas (LEMSIP), uma instalação de pesquisa biomédica em Nova York.

A instalação mantinha os animais em gaiolas, sem acesso ao mundo exterior. Felizmente para Vanilla, ela foi retirada da instalação em 1995 e transferida para o Wildlife Waystation na Califórnia, onde ela ficou em um recinto coberto. No entanto, o Wildlife Waystation fechou em 2019 e Vanilla, junto com o restante do grupo, foi levada para um novo local.

“Na Califórnia, Vanilla vivia com alguns chimpanzés dentro de uma jaula de tela de arame, sem grama e com pouquíssimos estímulos”, disse o primatólogo do Save the Chimps, Dr. Andrew Halloran, ao New York Post.

Vanilla, juntamente com Shake, Magic, Jeff e Ernesta, chegou ao santuário Save The Chimps em Fort Pierce, na Flórida, no ano passado, de acordo com um comunicado, e está sendo integrada a um grupo maior. Para Vanilla, essa foi a primeira oportunidade de sair para o exterior e, embora hesitante no início, ela foi encorajada por um grande abraço do macho alfa, Dwight.

No vídeo, é possível ver Vanilla contemplando maravilhada o céu acima dela. Desde então, a equipe relata que Vanilla e Shake têm aproveitado o sol e relaxado sob o céu azul.

“Vanilla está se adaptando muito bem”, continuou Halloran. “Quando ela não está explorando a ilha com seus amigos, geralmente ela é encontrada no topo de uma plataforma de escalada de três andares, observando seu novo mundo.”

O Santuário Save The Chimps

O Save The Chimps é um santuário de proteção localizado em Fort Pierce, na Flórida, dedicado ao resgate e cuidado de chimpanzés. Fundado em 1997, o santuário fornece um ambiente seguro e enriquecido para chimpanzés que foram resgatados de laboratórios de pesquisa, circos, zoológicos e outras situações de exploração. Com uma vasta extensão de terra, os chimpanzés têm espaço para explorar, interagir socialmente e desfrutar de uma vida mais natural. O santuário tem uma equipe dedicada de cuidadores e especialistas em primatas que garantem que os chimpanzés recebam os cuidados médicos, nutrição adequada e estimulação mental necessários para viver uma vida feliz e saudável.

Além de oferecer abrigo e cuidados de qualidade, o Save The Chimps também desempenha um papel importante na conscientização pública sobre a proteção dos chimpanzés e na defesa por políticas e leis que os beneficiem. O santuário busca educar o público sobre a complexidade e a importância dos chimpanzés na natureza, bem como as ameaças que enfrentam devido à caça ilegal, desmatamento e perda de habitat. Com seu compromisso em resgatar, proteger e advogar pelos chimpanzés, o Save The Chimps desempenha um papel fundamental na conservação desses incríveis primatas e no trabalho para um futuro mais ético e sustentável para eles.

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Primatas Vivendo em Centros de Pesquisa

O uso de primatas não humanos em pesquisa científica é uma questão controversa e regulamentada em diferentes países. Esses animais são frequentemente utilizados em estudos biomédicos, comportamentais e fisiológicos, devido à sua semelhança genética com os seres humanos. No entanto, o número de primatas utilizados em pesquisas vem diminuindo ao longo dos anos, impulsionado por mudanças nas políticas, avanços em métodos alternativos e um maior foco no bem-estar animal.

Em muitos países, existem regulamentações rigorosas para o uso de primatas em pesquisas, incluindo a necessidade de obter aprovação ética, garantir condições adequadas de bem-estar e minimizar o sofrimento dos animais. Além disso, muitas instituições de pesquisa têm adotado abordagens alternativas, como o uso de modelos computacionais, células humanas cultivadas em laboratório e tecnologias avançadas, para reduzir a necessidade de primatas em experimentos.

Organizações internacionais, como o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) e o Conselho Europeu para o Cuidado e Uso de Animais em Pesquisa Científica (EUCC), também têm diretrizes e regulamentações para promover o uso ético e responsável de primatas em pesquisas.

No entanto, é importante ressaltar que a questão do uso de primatas em pesquisas é um tópico em constante debate e evolução. Os avanços científicos e éticos continuam a moldar as práticas de pesquisa e a busca por métodos alternativos que possam substituir o uso de animais, incluindo primatas.