Paciente brasileiro é curado de câncer avançado através de terapia inovadora
Um novo tratamento experimental tem mostrado resultados promissores no combate ao linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que afeta o sistema linfático. Pesquisadores das Faculdades de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Butantan, em parceria com o Hemocentro de Ribeirão Preto, desenvolveram uma terapia chamada CAR-T Cell, que utiliza células de defesa do próprio corpo, modificadas em laboratório, para combater o câncer. Em um estudo com 14 pacientes, um deles obteve remissão completa em apenas um mês, o que foi celebrado pelos pesquisadores.
Embora os dados da pesquisa e a evolução do paciente ainda não tenham sido publicados em revista científica nem revisados por pesquisadores independentes, a expectativa é de que os resultados sejam divulgados em breve. Essa nova terapia representa uma abordagem inovadora no tratamento do linfoma e da leucemia, direcionando o sistema imunológico do paciente para atacar as células cancerígenas. Os testes com o CAR-T Cell continuam em andamento.
Um dos pacientes que participou do estudo é Paulo Peregrino, um escritor e publicitário de 61 anos que já havia passado por diversas tentativas de tratamento, incluindo quimioterapia e transplante autólogo, sem sucesso. Seu quadro era grave, com dores intensas no corpo, até que ele foi acompanhado pelo hematologista Vanderson Rocha, da USP. Segundo o médico, a terapia CAR-T Cell foi a única opção viável para o paciente.
Dos 14 participantes do estudo, nove alcançaram remissão completa, o que pode ser observado por meio de exames comparativos antes e após o tratamento. O CAR-T Cell foi lançado no Brasil em novembro de 2022 e é indicado para pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B que não responderam a outros tratamentos, bem como crianças e jovens com leucemia linfoblástica aguda de células B que não responderam ao tratamento padrão, incluindo o transplante de medula óssea.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores ressaltam a importância de mais investimentos em pesquisas científicas no país. O potencial dessa terapia é significativo e pode ser explorado em outros tipos de tumores, mas isso requer recursos e apoio adequados. O tratamento de Paulo Peregrino com o CAR-T Cell teve início em dezembro de 2022 e envolveu a colheita das células de defesa do paciente, sua modificação em laboratório e a posterior reinserção. Embora o paciente tenha enfrentado alguns desafios durante o processo, ele expressou sua gratidão pela cura alcançada e pela dedicação da equipe médica.
(Imagem:Comparação dos exames do paciente Paulo Peregrino antes da terapia CAR-T Cell, e a situação atual, mostrando completa remissão dos linfomas não-Hodgkin. Foto: Reprodução/Instagram: @paulocfperegrino)
