Pernas Azuis depois da Covid – Um estranho sintoma

Crédito da Imagem: University of Leeds

Desvendando a Complexidade: ‘Pernas Azuis’ na Covid Longa

Em 12 de agosto de 2023, a Universidade de Leeds apresentou uma pesquisa inovadora publicada no Lancet, destacando um caso peculiar de um paciente com Covid Longa cujas pernas adquiriram uma tonalidade azul após apenas 10 minutos em posição vertical. Este incidente ressalta a urgência de ampliar a consciência sobre esse sintoma entre os indivíduos afetados pela condição.

O Caso Intrigante
O estudo, liderado pelo Dr. Manoj Sivan da Universidade de Leeds, centra-se na experiência de um homem de 33 anos que desenvolveu acrocianose – um acúmulo venoso de sangue nas pernas. A reação do paciente foi notável; um minuto após ficar em pé, suas pernas começaram a apresentar vermelhidão e gradualmente adquiriram uma tonalidade azul, com as veias se tornando mais proeminentes.

Após 10 minutos, a coloração estava significativamente mais pronunciada, enquanto o paciente descrevia uma sensação pesada e coceira nas pernas. Intrigantemente, a cor original retornou dois minutos após ele reassumir uma posição não vertical.

Conexão com a Covid Longa
O paciente relatou ter iniciado essa descoloração após contrair a Covid-19 e foi posteriormente diagnosticado com síndrome da taquicardia ortostática postural (POTS), uma condição que provoca um aumento anormal na frequência cardíaca ao ficar de pé. O Dr. Sivan, Professor Clínico Associado e Consultor Honorário em Medicina de Reabilitação na Escola de Medicina da Universidade de Leeds, enfatizou a importância desse caso: “Foi um exemplo marcante de acrocianose em um paciente que nunca a havia experimentado antes da infecção por Covid-19”.

Ele ressaltou que os pacientes podem não estar cientes de que a acrocianose pode ser um sintoma da Covid Longa e da disautonomia, causando preocupações. Da mesma forma, os clínicos podem não estar cientes da ligação entre acrocianose e Covid Longa.

Covid Longa: Um Desafio Persistente
A Covid Longa, também conhecida como Síndrome Pós-Covid, refere-se a sintomas que persistem por semanas ou meses após a infecção inicial pelo vírus SARS-CoV-2. Essa condição multifacetada afeta diversos sistemas do corpo, deixando os pacientes com uma variedade de sintomas que vão além da fase aguda da doença, incluindo fadiga persistente, dificuldades respiratórias, dores musculares e neurológicas, e agora, como evidenciado neste estudo, manifestações vasculares como acrocianose.

Explorando a Disautonomia
A disautonomia, mencionada no contexto da pesquisa, refere-se a uma disfunção do sistema nervoso autônomo, responsável por controlar funções automáticas do corpo, como pressão arterial, frequência cardíaca e digestão. Em condições de disautonomia, essas funções podem ser afetadas, levando a uma variedade de sintomas, incluindo tonturas, palpitações, problemas gastrointestinais e, como evidenciado no caso em questão, acrocianose.

O Dr. Sivan enfatiza a necessidade de conscientização sobre a disautonomia em condições de longo prazo, buscando abordagens de avaliação e gerenciamento mais eficazes e instigando mais pesquisas sobre a síndrome para aprimorar a compreensão e o tratamento.

Pesquisa e Inovação
Além disso, a pesquisa mais recente da equipe inclui o desenvolvimento de um teste domiciliar para pessoas com sintomas de disfunção autonômica em condições como Covid Longa, síndrome da fadiga crônica, fibromialgia e diabetes tipo 1 e 2, onde tonturas ou desmaios são comuns.

O artigo “Insuficiência venosa e acrocianose na Covid Longa: disautonomia” foi publicado no The Lancet em 10 de agosto de 2023.

Universidade de Leeds: Compromisso com o Conhecimento e a Mudança
A Universidade de Leeds é uma das maiores instituições de ensino superior do Reino Unido, com mais de 38.000 alunos de mais de 150 países diferentes. Reconhecida globalmente pela qualidade de ensino e pesquisa, a universidade é comprometida em utilizar sua experiência para moldar um futuro melhor para a humanidade, promovendo colaborações para combater desigualdades, alcançar impacto social e impulsionar mudanças.

Fazendo parte do grupo de pesquisa Russell e desempenhando papel significativo nos institutos Turing, Rosalind Franklin e Royce, a Universidade de Leeds mantém seu compromisso com o avanço do conhecimento e a promoção de um ambiente acadêmico inovador. www.leeds.ac.uk