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Terapia de Células CAR-T pode evitar Cânceres Secundários

Cânceres Secundários Após a Terapia com Células CAR T São Raros: Descobertas da Penn Medicine

A rara ocorrência do desenvolvimento de câncer secundário após a terapia com células CAR T foi constatada em uma análise de mais de 400 pacientes tratados na Penn Medicine, como relatado por pesquisadores da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia, na revista Nature Medicine.

Cânceres Secundários Após Terapia com Células CAR-T: Entenda as Descobertas da Penn Medicine

Cânceres secundários após a terapia com células CAR-T são raros, de acordo com um estudo da Penn Medicine. Em uma análise detalhada envolvendo mais de 400 pacientes, pesquisadores da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia, relataram uma baixa incidência desse efeito adverso em artigo publicado na revista Nature Medicine. A pesquisa traz mais evidências sobre a segurança da terapia com células CAR-T e reforça seu potencial para tratar casos graves de câncer.

O Que é a Terapia com Células CAR-T?

Primeiramente, a terapia com células CAR-T é uma forma inovadora de imunoterapia personalizada, especialmente relevante para pacientes com cânceres sanguíneos avançados. Neste tratamento, as células T do próprio paciente são geneticamente modificadas em laboratório para atacar e eliminar suas células cancerígenas. Com essa abordagem, as células T recebem um receptor especial, conhecido como CAR (Receptor de Antígeno Quimérico), que permite reconhecer e atacar células cancerosas ao serem reintroduzidas no corpo.

Desde que foi aprovada em 2017, a terapia com células CAR-T tem revolucionado o tratamento do câncer, especialmente em pacientes que não responderam bem a terapias convencionais, como a quimioterapia. Desde então, mais de 30.000 pessoas nos EUA já foram tratadas com essa abordagem, especialmente em casos de linfoma e leucemia.

Como Funciona a Terapia com Células CAR-T?

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Afinal, como funciona essa terapia tão específica? No processo de CAR-T, as células T do paciente são coletadas e alteradas geneticamente em laboratório. Os cientistas introduzem nelas o gene CAR, que oferece a capacidade de identificar células cancerosas com precisão. Logo depois, essas células T modificadas são reinseridas no organismo, onde passam a reconhecer e destruir células malignas. Esse método altamente personalizado se diferencia por focar especificamente nas células cancerosas, evitando, sempre que possível, danos a tecidos saudáveis.

Riscos de Cânceres Secundários em Tratamentos para o Câncer

Frequentemente, cânceres secundários são um risco associado a diversos tratamentos de combate ao câncer, como quimioterapia, radioterapia e transplante de células-tronco. Esses cânceres podem surgir como efeito colateral devido ao impacto profundo que esses tratamentos exercem sobre o organismo. No entanto, a terapia com células CAR-T, aprovada apenas para cânceres sanguíneos em recidiva ou resistentes a tratamentos convencionais, apresenta um risco muito menor de cânceres secundários em comparação com outras abordagens.

Além disso, o perfil de segurança da terapia com CAR-T é rigorosamente monitorado. Esse tratamento é reservado para pacientes que já passaram por várias linhas de tratamento sem sucesso, portanto, seu uso é focado em casos graves e específicos. Cada vez mais, pesquisadores e especialistas acompanham pacientes ao longo do tempo para avaliar possíveis efeitos adversos, incluindo a possibilidade de cânceres secundários.

Investigação da FDA: Alerta Sobre Cânceres Secundários

Em novembro de 2023, a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) iniciou uma investigação detalhada sobre casos relatados de cânceres secundários em pacientes que receberam tratamento com CAR-T. Entre esses casos, alguns apresentavam malignidades de células T, como linfoma CAR-positivo. Logo depois, em janeiro de 2024, a FDA passou a exigir advertências específicas nos rótulos de produtos de terapia com CAR-T, indicando potenciais riscos de malignidades secundárias.

Embora essa exigência represente um avanço para a segurança dos pacientes, é importante destacar que, atualmente, a relação entre esses casos de câncer secundário e a terapia CAR-T ainda está sob análise. A FDA continua investigando para esclarecer qualquer possível ligação causal e, ao mesmo tempo, reforça a necessidade de monitoramento contínuo.

Revisão Detalhada dos Dados da Penn Medicine

Como resposta a essas investigações, a Penn Medicine realizou uma revisão extensa dos dados de seus pacientes tratados com CAR-T. Entre janeiro de 2018 e novembro de 2023, foram analisados 449 pacientes, dos quais apenas 16 apresentaram algum tipo de câncer secundário após o tratamento com CAR-T. Esse número relativamente baixo é encorajador e reforça a segurança da terapia.

Portanto, dos 16 casos observados, a maioria envolveu tumores sólidos, incluindo câncer de pele, próstata e pulmão. Em apenas um caso foi identificado um linfoma de células T em um paciente que também desenvolveu um tumor pulmonar. No entanto, análises moleculares indicaram que esse linfoma de células T não possuía o gene CAR, sugerindo que o desenvolvimento do câncer secundário não estava diretamente ligado à terapia com CAR-T.

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Detalhes dos Casos e Resultados Encorajadores
Dos 16 casos, a maioria envolveu tumores sólidos, como câncer de pele, próstata e pulmão. Um caso específico de linfoma de células T foi identificado em um paciente com um tumor pulmonar secundário. No entanto, análises moleculares mostraram que o linfoma de células T não continha o gene CAR, indicando que não estava relacionado à terapia com células CAR T. Esses resultados foram possíveis graças ao Biobanco de Terapia Celular e Transplante da Penn Medicine.

Compromisso da Penn Medicine com a Segurança e a Pesquisa Contínua

Desde a introdução da terapia CAR-T, a Penn Medicine mantém protocolos rigorosos de monitoramento para garantir a segurança dos pacientes. A instituição oferece acompanhamento pós-tratamento por até 15 anos, seguindo requisitos de segurança nacionais e participando de bancos de dados que rastreiam resultados de terapias com CAR-T. Esse compromisso com a segurança permite que a Penn Medicine colete dados abrangentes e compreenda melhor os riscos e benefícios a longo prazo dessa terapia.

Além disso, esse acompanhamento extensivo ajuda a identificar rapidamente qualquer caso de câncer secundário. O Biobanco de Terapia Celular e Transplante da Penn Medicine também contribui para esse monitoramento, armazenando informações valiosas para futuras análises moleculares. Isso reforça o compromisso da instituição em garantir a segurança dos pacientes e aprimorar as técnicas de tratamento.

O Futuro da Terapia com Células CAR-T

Atualmente, a Penn Medicine lidera novas pesquisas para expandir o uso da terapia CAR-T e torná-la ainda mais eficaz para um número maior de pacientes. Estudos e ensaios clínicos estão em andamento para avaliar a aplicação da terapia CAR-T em outros tipos de câncer, incluindo tumores sólidos. Esse avanço busca ampliar os benefícios da terapia e, ao mesmo tempo, reduzir ainda mais os riscos de efeitos colaterais graves.

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Portanto, à medida que novas descobertas surgem, os cientistas esperam desenvolver abordagens cada vez mais personalizadas e seguras. A ampliação da terapia CAR-T para diferentes tipos de câncer e o desenvolvimento de técnicas para reduzir efeitos adversos prometem revolucionar o tratamento oncológico nos próximos anos. Com essas inovações, a terapia CAR-T pode se consolidar como uma das principais opções no combate ao câncer.

Conclusão: Reforçando o Perfil de Segurança da Terapia CAR-T

Para concluir, a análise da Penn Medicine indica que a terapia CAR-T apresenta um perfil de segurança promissor. Com apenas 16 casos de câncer secundário identificados entre 449 pacientes tratados, a pesquisa reforça que os benefícios dessa imunoterapia personalizada superam os riscos associados. O autor sênior do estudo, Dr. Marco Ruella, MD, considera os resultados encorajadores, sugerindo que a terapia CAR-T pode continuar sendo uma opção segura e eficaz para pacientes com prognósticos difíceis.

Afinal, o compromisso contínuo da Penn Medicine com a pesquisa e a segurança é fundamental para o avanço dessa terapia. A cada novo estudo, o conhecimento sobre os riscos e benefícios da CAR-T se amplia, oferecendo novas esperanças para quem enfrenta o câncer.

Fonte: University of Pennsylvania

Para Saber Mais

  1. Entenda Como Funciona a Imunoterapia CAR-T no Combate ao Câncer – Um guia completo sobre o processo de coleta, modificação e aplicação das células CAR-T para tratar cânceres sanguíneos e tumores.
  2. FDA e Terapia CAR-T: Atualizações sobre Segurança e Aprovações – Saiba mais sobre os requisitos e investigações da FDA envolvendo a terapia CAR-T e entenda os protocolos de segurança aplicados ao tratamento.
  3. Câncer Secundário: Causas, Fatores de Risco e Como Minimizar a Ocorrência – Artigo que explora como diferentes tratamentos de câncer, incluindo CAR-T, podem influenciar a possibilidade de cânceres secundários e os cuidados preventivos indicados.

Mr Zand

Escreve artigos de ciência e tecnologia, para o blog CienciaTop.com.br e Alegremente.com.br, entre outros. Colabora com outros blogs em artigos sobre literatura, música, poesia, entre outros.